Txai é do povo Paiter Suruí e foi a única brasileira a discursar na abertura oficial da conferência. Ela apontou a urgência de medidas eficientes para tratar frear mudanças climáticas.
A ativista indígena de Rondônia, Txai Suruí, participou da abertura oficial da Conferência da Cúpula do Clima (COP26) nesta segunda-feira (1º). No discurso, a jovem de 24 anos apontou a urgência de medidas eficientes para frear as mudanças climáticas, além de ressaltar a importância dos povos indígenas na proteção da Amazônia.
“Meu pai, o grande cacique Almir Suruí, me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando, ela nos diz que não temos mais tempo”, disse.
Txai citou no discurso a morte do indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, que trabalhava registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro da aldeia onde morava. Segundo Txai, ele foi morto por defender a floresta.
Por fim, ela cobra a participação dos povos indígenas nas decisões que envolvem medidas de combate às mudanças climáticas, afirmando que eles estão na linha de frente e possuem ideias que também devem ser consideradas.
“Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis, vamos acabar com a poluição de promessas vazias e vamos lutar por um futuro e presente habitáveis”, defende.
O discurso e a presença da indígena do povo Paiter Suruí na COP26 repercutiu entre os órgãos que discutem causas indígenas e de meio ambiente. Órgãos como a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé retrataram o momento nas redes sociais.
Txai foi a única brasileira a discursar na abertura oficial da conferência, que acontece até o dia 12 de novembro em Glasgow, cidade da Escócia. Lideranças de todo o mundo devem participar.
O evento promete discutir energia, empoderamento público e da juventude, natureza e uso da terra, ciência e inovação, transporte e cidades, regiões e espaços organizados, entre outros assuntos. Os principais pontos que envolvem à Amazônica estão ligados ao desmatamento e queimadas.