Bienal Internacional do Livro termina neste domingo no Rio.
A Bienal Internacional do Livro termina neste domingo no Rio. Nesses últimos dez dias atraiu uma legião de fãs exigentes e cheios de atitude. A maioria deles descobriu na internet que ler é bom demais.
Os jovens que fazem gritaria não estão esperando algum cantor ou banda. Eles lotaram um auditório de 400 lugares para ver de perto e conversar com uma das autoras mais lidas do momento: Anna Todd.
Ela escreve livros cujos personagens lembram, ainda que só fisicamente, os integrantes da banda One Direction, que destrói os corações das adolescentes pelo mundo.
Anna alcançou a espetacular marca de 1 bilhão de acessos em um aplicativo da internet onde todos têm a oportunidade de ler e compartilhar histórias de graça. Um fenômeno que mudou o jeito como muitos jovens viam essa coisa de ler livros.
“Na verdade eu nem era muito interessada por ler. Eu comecei a ler por causa dela”, conta Ana Beatriz Gusmão.
Anna diz que os brasileiros são muito apaixonados e que fala mais pela internet com eles do que com leitores de qualquer outro país.
Anna Todd não foi a única a provocar gritos este ano na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Os fãs de Kéfera Buchmann fizeram tanto barulho que a paranaense teve que tapar os ouvidos. Aos 22 anos, ela acaba de publicar sua autobiografia. Em uma semana, o livro vendeu 100 mil exemplares, 15 mil deles na bienal.
Christian figueiredo, que tem um videolog na internet, também fez muito sucesso.
O que tem impressionado autores e editores são as características básicas deste público jovem, que lê muito, mas que não assume uma atitude passiva diante da história ou do autor. Ao contrário, vai para as redes sociais e interage com quem escreveu o livro, para dar os parabéns ou reclamar.
“A gente sabe do que eles gostam, eles opinam. Eles falam da capa, eles falam do leitor. Eles pedem mais coisas ou menos coisas. Então, ´muito bom para quem está do outro lado também. A comunicação vai e volta”, diz Bruno Porto, da Companhia das Letras.
Mione Le Fay está lançando seu primeiro livro. Neste sábado ela conversou com futuros possíveis leitores e autografou os livros de quem já é fã. “Tem leitores que voltam e falam: ‘Ah, eu terminei de ler seu livro, gostei, te xinguei’”, conta
Renata Moreira, que tem 17 anos, adora comprar livros, muitos livros. Semana passada foram 35 e neste sábado, duas horas depois da abertura, eram quase dez. “Eu me perco na aventura dos livros. É emocionante. Dá adrenalina, sei lá. Muito bom”, diz a jovem.
E já que o assunto é escrever para jovens, com vocês a palavra de um especialista no assunto. “Eles puxam os hábitos, eles puxam os costumes. Eles são o barômetro para a gente saber o que devemos preparar para daqui a pouco. Então realmente se não chega perto deles, para no tempo e vira dinossauro”, afirma Maurício de Souza, criador da Turma da Mõnica.