Embora não tenha especificado quem inventaria coisas sobre o Brasil, disse que a alguns interessa prejudicar a imagem brasileira
O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do Brasil, disse que o objetivo do governo no G20 é “mostrar para a Europa a realidade brasileira, não o que ficam inventando”. Embora não tenha especificado quem inventaria coisas sobre o Brasil, disse que a alguns interessa prejudicar a imagem brasileira por motivos comerciais. “É difícil fazer essa acusação. Mas é lógico que a situação econômica do Brasil, sobretudo do ponto de vista do agronegócio, da nossa influência no leste da Ásia, tem influência na Europa. É natural”, afirmou o general, na saída de um jantar informal com o presidente Jair Bolsonaro na embaixada do Brasil em Roma, onde ele está hospedado.
O presidente chegou à Itália nesta sexta e participa da cúpula do G20 no final de semana. Na segunda, visita a cidade de seus ancestrais. Na terça, Bolsonaro participa em Pistoia de uma cerimônia em homenagem aos pracinhas brasileiros que morreram na Segunda Guerra, antes de voltar ao Brasil.
De acordo com Heleno, embora haja necessidade de proteger mais as florestas brasileiras, o Brasil é um dos países que mais preservou suas coberturas naturais. “O exagero que fazem sobre o desmatamento é lamentável. Se fossem verídicos os dados que são divulgados, já teríamos desmatado o Brasil inteiro.”
Em junho, no entanto, os alertas de desmatamento na Amazônia voltaram a bater recorde pelo quarto mês consecutivo, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A derrubada de mata naquele mês chegou a 1.061,88 km², aumento de desmate de 2,7%, em relação ao mesmo mês de 2020, e o maior valor registrado na história recente do programa Deter, com início em 2016.
Foi, ainda, o segundo mês seguido com valores de desmate acima de mil quilômetros quadrados. Augusto Heleno também disse não saber se, mais cedo, em encontro com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, o governo do Brasil havia pedido a retirada de restrições para turistas brasileiros.
“Eu sinceramente não ouvi. Não prestei atenção nessa parte do diálogo. Mas teria sido muito natural que ele pedisse isso. Há uma imigração enorme no Brasil. Então, é sempre para nós, quase que primordial manter relação muito boa com a Itália, permitir que esse pessoal venha para a Itália rever seus familiares.”