Em meio a um novo reajuste no gás de cozinha, a dona de casa Camila Lima precisa improvisar para preparar o alimento da família. Ela tem cinco filhos e quatro moram com ela e o esposo. A mãe, com duas latinhas de cerveja, tijolos, uma grade de geladeira e álcool montou um “fogão” na porta de casa, em Porto Velho.
“Já estava caro e vai aumentar mais ainda. A gente não ganha nada e tá só aumentando as coisas, ficando cada vez mais pesado”, comenta a dona de casa.
Camila e o marido não possuem emprego fixo. A pouca renda que têm vem de empregos temporários e ajuda de terceiros. Eles vivem no Orgulho do Madeira, localizado na zona leste da capital, junto com os quatro filhos.
“Eu estou há dois dias cozinhando com álcool. Também tem a chuva e eu não posso ‘montar fogo’ lá atrás, no quintal, porque molha. É perigoso, mas é assim que dá por enquanto, até eu conseguir comprar meu gás”, comenta.
Para conseguir comprar uma botija de gás de 13 quilos, o esposo de Camila está há três dias fazendo “bicos” e procurando empregos temporários. A família diz que tenta juntar o dinheiro com a esperança de que seja o suficiente para a alimentação.
“Com o pouco que tem a gente ia comprar um gás esses dias, mas um pequeno já tá caro e não compensa. Então ele decidiu trabalhar mais para ver se junta mais dinheiro para comprar uma botija grande”, explica a família.
Aumento nos preços
O aumento do preço dos combustíveis foi anunciado pela Petrobras para as distribuidoras. O custo da guerra na Ucrânia chegou ao bolso do consumidor brasileiro: a partir de sexta-feira (11), a Petrobras vai reajustar os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
A estatal justificou a alta dos combustíveis diante do aumento da cotação do barril de petróleo no mercado internacional provocado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia – na quinta, o valor do barril superou o patamar de US$ 115. No começo da semana, quase tocou os US$ 140.
G1