sábado, 23-novembro-2024
InícioDestaqueReino Unido faz alerta à OMS sobre caso raro de varíola dos...

Reino Unido faz alerta à OMS sobre caso raro de varíola dos macacos

Doença foi diagnosticada numa pessoa que viajou para a Nigéria e retornou, sendo imediatamente colocado em isolamento

Um caso raro de varíola dos macacos foi identificado pelo Reino Unido em uma pessoa que visitou a Nigéria. A informação foi enviada à OMS (Organização Mundial da Saúde) em 7 de maio.

A pessoa, cujo nome não foi divulgado, registrou o que pensou ser apenas uma irritação cutânea em 29 de abril. Dias depois, essa mesma pessoa passou pelos Estados de Lagos e Delta, na Nigéria. Em 4 de maio, foi feito o retorno para o Reino Unido, quando já foi dada entrada no hospital britânico.

A OMS informou que, por causa do histórico de viagem e dos sintomas apresentados, os médicos desconfiaram que poderia ser um caso de varíola dos macacos e agiram rapidamente isolando o paciente, ou a paciente. Os exames de laboratório confirmaram a suspeita, em 6 de maio, pela Agência de Segurança da Saúde britânica.

Cinco dias depois, foi iniciado um rastreamento das pessoas que tiveram contato com o paciente tanto nas instalações de saúde, como nos locais visitados e também no mesmo voo da Nigéria para o Reino Unido. Mas ninguém apresentou sinais da doença até agora.

Desde que a pessoa entrou em isolamento, o risco de transmissão passou a ser mínimo. Mas, como a fonte de contaminação na Nigéria ainda não foi estabelecida, existe a chance de que outras pessoas possam ser infectadas no futuro.

Doença silvestre

A varíola dos macacos é uma doença silvestre com infecções humanas acidentais, que ocasionalmente ocorrem em partes de florestas do oeste e do centro da África.

O vírus pertence à família do ortopoxvírus. A doença pode ser transmitida pelo contato com as fezes do animal. O período de incubação é de seis a 13 dias, mas pode ser alterado para cinco a 21 dias. A varíola dos macacos geralmente acaba num período de duas a três semanas.

Em alguns casos, os sintomas podem ser leves ou severos, mas as lesões costumam ser dolorosas e as pessoas têm muita coceira. O reservatório animal permanece desconhecido, mas calcula-se que seja entre roedores.

O fator de risco é o contato com animais mortos através de atividades como caça ou consumo de carne de caça.

Crianças e bebês

Existem duas classes do vírus da varíola dos macacos. Uma da África Ocidental e outra da Bacia do Congo, que fica na África Central. Essa última classe pode ser mais agressiva em certos pacientes. Segundo a OMS, a taxa de casos fatais para o primeiro tipo é de 1%; no outro, a possibilidade de morte pode chegar até 10%.

As crianças também estão sob maior risco, e a varíola dos macacos durante a gravidez pode levar a complicações, doença congênita ou levar à morte do bebê. Os casos mais suaves podem passar despercebidos, sendo apenas um risco para a transmissão de pessoa para pessoa.

Existe uma pequena probabilidade de baixa imunidade para a doença naqueles que viajam e que foram expostos à doença no oeste e no centro da África. E, ainda que exista uma vacina aprovada contra a varíola dos macacos e que a imunização contra a varíola normal ajude a proteger, as doses não estão disponíveis com facilidade em todo o mundo.

Um outro problema: pessoas abaixo de 40 ou 50 anos não têm mais a proteção obtida com os programas anteriores de vacina para a varíola.

A OMS informou que, após ser detectado o caso, o Reino Unido montou uma equipe de gerenciamento do incidente para fazer o rastreamento dos contatos do indivíduo contaminado. Ninguém apresentou sintomas até agora, mas todos estão sendo observados por 21 dias após a exposição. Está sendo oferecida vacina a quem teve contato com a pessoa infectada.

As autoridades na Nigéria foram informadas do caso.

Casos em 32 Estados

Segundo a OMS, já houve sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido. Todos têm ligação com viagens à Nigéria. No ano passado, houve dois casos separados nos Estados Unidos, de origem nigeriana.

Desde 2017, a Nigéria tem notificado infecções deste tipo. Até 30 de abril deste ano foram 558 registros de suspeitas em 32 estados nigerianos.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Most Popular

Recent Comments