quinta-feira, 21-novembro-2024
InícioDestaqueArgentina eleva taxa de juros a 97% em plano para conter hiperinflação

Argentina eleva taxa de juros a 97% em plano para conter hiperinflação

O Banco Central da Argentina elevou a taxa de juros de 91% para 97% nesta segunda-feira (15). Esta é a primeira medida de um pacote anunciado pelo governo do país para combater a inflação, que está acima de 108% no acumulado em 12 meses, maior patamar em mais de 30 anos.

O objetivo da alta nos juros é ter “retornos reais positivos sobre os investimentos em moeda local [rumo à rentabilidade] e atuar imediatamente para evitar que a volatilidade financeira aja como um motor das expectativas de inflação”, afirmou o BC argentino em comunicado oficial.

A decisão da autoridade monetária representa uma alta de 600 pontos na taxa de referência de juros. O objetivo da decisão – anunciada em um contexto econômico tenso, com eleições presidenciais marcadas para outubro – é conter o avanço dos preços, que aceleraram mais uma vez em abril.

O ministro da Economia, Sergio Massa, ainda não detalhou todas as medidas previstas pelo governo argentino para o combate à hiperinflação. A previsão é que o programa inclua estímulos ao consumo e à importação de alimentos.

Massa é um dos cotados para se candidatar a presidente do país pelo partido peronista.

De acordo com a imprensa argentina, haverá uma abertura de importações em setores sensíveis, como alimentos frescos e têxteis, além de um controle maior de preços no comércio, juntamente com um reforço dos subsídios sociais, em um país onde a taxa de pobreza chegou a 39,2% no fim de 2022.

São medidas para combater a inflação sem parar a atividade econômica, uma tarefa muito difícil. Continua tudo igual“, resumiu à AFP Pablo Tigani, diretor da consultoria Hacer.

Relação com o dólar

O governo do presidente Alberto Fernández e o Banco Central da Argentina desejam que as taxas sejam atraentes para desencorajar a forte demanda por dólares. No país, a moeda norte-americana se tornou um refúgio contra a hiperinflação.

A ideia é evitar o atraso cambial e aumentar a taxa de juros para que não haja tantos pesos no mercado a ponto de irem para o dólar“, disse Tigani, explicando a pressão do excesso de pesos sobre a moeda americana no contexto inflação elevada.

Na Argentina, regem restrições à compra de divisas cujo efeito é incentivar o mercado ilegal, onde o peso é negociado a quase o dobro da cotação oficial de 238,50 pesos por dólar (cerca de 47 pesos por real na cotação atual).

O aumento do valor do dólar no mercado paralelo se reflete em remarcações de preços, por ser a moeda norte-americana uma âncora de referência e um termômetro das expectativas do consumidor.

Seca e encolhimento das reservas

O país sul-americano enfrenta também a pior seca da história, que afetou sua maior fonte de receita, o setor agroexportador.

Desde janeiro, a Argentina perdeu mais de US$ 5,5 bilhões (R$ 27 bilhões) de suas reservas internacionais, que se encontram em US$ 33,58 bilhões (R$ 164 bilhões), informou o Banco Central. As reservas líquidas, no entanto, estariam bem abaixo deste número, segundo economistas.

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/05/15/argentina-eleva-taxa-de-juros-a-97percent-em-plano-para-conter-hiperinflacao.ghtml

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Most Popular

Recent Comments