Modelo disse que desconfiou da situação, mas acabou digitando senha do cartão para suposto entregador. Procon orienta para sempre conferir o valor da compra e, de preferência, pagar somente no aplicativo.
Yasmin Brunet disse na última terça-feira (20), nas redes sociais, que foi vítima de um golpe depois de pedir comida por aplicativo de delivery. De acordo com a modelo, ela perdeu R$ 7.900 ao ser enganada por criminosos.
O serviço foi solicitado por meio do aplicativo Rappi, disse a modelo. Ao G1, a empresa afirmou que “lamenta o ocorrido” e que “o caso já foi resolvido junto à usuária” (veja o posicionamento completo no fim da reportagem).
Em seu relato postado no Instagram, Brunet contou como foi o golpe:
- ela recebeu uma ligação dizendo que o motoboy que faria sua entrega havia sofrido um acidente;
- uma mulher, que se apresentou como funcionária do restaurante, disse que enviaria um novo pedido depois que o original fosse cancelado; “Deu 10 minutos, o cara chegou com a comida”, relembrou Yasmin.
- o suposto entregador estacionou do outro lado da rua e não tirou o capacete, o que causou estranheza, disse a modelo.
- “Ele me mostrou R$ 77 na tela do telefone dele, como se estivesse conectado na maquininha. Só que na tela da maquininha não aparecia nada, nenhum número”, relatou.
- Ela acabou passando o seu cartão, digitando a senha, e depois o homem disse que a transação não foi aceita e foi embora do local.
Ao falar com a operadora do cartão, Yasmin se deu conta do golpe. “Você acredita que o cara me roubou R$ 7.900? O cara passou, eu fiquei em choque”, afirmou.
O Rappi reafirmou nesta quarta-feira que não opera com máquinas de cartão de crédito ou débito e que não há nenhuma prática de cobrança de taxa extra.
Em desabafo, Yasmin Brunet disse para as pessoas tomarem cuidado. “O problema foi que eu coloquei a senha. Como foi uma compra que eu fiz, é diferente [para cancelar com a operadora do cartão”.
Golpe da taxa extra
Em um golpe semelhante, relatado ao G1 ainda no início da pandemia, em 2020, um administrador disse ter tido prejuízo de R$ 6.000 após pedir um milkshake.
Na ocasião, em vez de mentir que o motoboy havia sofrido um acidente, uma pessoa telefonava para a vítima se identificando como funcionária da empresa de delivery, dizendo que tinha ocorrido um problema no pagamento do frete e que a taxa de entrega deveria ser paga pessoalmente.
Quando o entregador chegava, ele apresentava uma máquina de cartão com o visor danificado, o que impossibilitava checar o valor cobrado. Nisso, era digitado um valor muito maior do que o anunciado e a vitima só descobria quando via a fatura do cartão.
Na ocasião, o Procon-SP notificou as empresas de aplicativos de delivery. A maioria passou a colocar avisos no momento da finalização da compra, informando que nada mais deveria ser pago ao entregador.
Mas a entidade de defesa do consumidor informou que houve um aumento de 186% nas reclamações sobre esses golpes, entre janeiro e maio de 2021, no estado de São Paulo. Foram registrados 249 atendimentos contra as empresas de delivery, contra 87 no mesmo período do ano passado.
Veja dicas do Procon-SP para se proteger:
- Não utilizar máquina com o visor quebrado ou que não permita a leitura dos dados;
- Conferir o valor da compra e, de preferência, pagar somente no aplicativo;
- Não passar os seus dados por telefone;
- Desconfiar caso o entregador informe que é necessário pagar algum valor extra;
- Caso tenha alguma dúvida, deve entrar em contato com o local onde pediu a comida.
Veja o posicionamento do Rappi, na íntegra, sobre o caso:
O Rappi lamenta o ocorrido e esclarece que o caso já foi resolvido junto à usuária. A empresa reitera, ainda, que não opera com máquinas de cartão de crédito ou débito e reforça que não há nenhuma prática de cobrança de taxa extra. Caso o usuário queira dar gorjetas ao entregador, isso também deve ser feito por meio do aplicativo para garantir a segurança de todos. O Rappi instrui todos os seus entregadores parceiros a cumprirem integralmente as regras e as leis, sendo expressamente rechaçadas as condutas contrárias. O Rappi ainda disponibiliza em seu aplicativo um canal de atendimento aos clientes — em que é possível reportar qualquer problema na plataforma —, e recomenda que, caso lesados, os usuários façam boletim de ocorrência e registrem pedido de cancelamento na operadora de cartão de crédito.
A companhia informa que sempre analisa os casos reportados, toma as medidas necessárias de acordo com os Termos e Condições do aplicativo e está à disposição dos órgãos competentes para quaisquer necessidades de esclarecimentos. A empresa, estruturou, inclusive, uma equipe que trabalha em conjunto com as polícias civil e federal para identificar o modus operandi das fraudes, como os locais mais utilizados e o perfil do fraudador.