domingo, 24-novembro-2024
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Hostilidades a Moraes: defesa de bolsonaristas quer perícia própria e pede cópia de filmagens

O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, levantou o sigilo dos autos na semana passada, mas a íntegra da gravação, compartilhada por autoridades italianas, não foi divulgada

Adefesa dos bolsonaristas investigados por hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma, pediu novamente nesta segunda-feira, 9, para ter acesso ao vídeo das câmeras de segurança do terminal.

O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, levantou o sigilo dos autos na semana passada, mas a íntegra da gravação, compartilhada por autoridades italianas, não foi divulgada.

“Não há razão para expor envolvidos e terceiros que aparecem nas cenas captadas”, justificou o ministro.

Toffoli autorizou a defesa a assistir ao vídeo, mas negou a extração de cópias, ou seja, os advogados podem marcar um horário para ver a gravação, mas não podem levar consigo com uma versão.

Ocorre que os criminalistas Ralph Tórtima Stettinger Filho e Thiago Amaral Lorena de Mello querem fazer uma perícia privada no material e, para isso, insistem na cópia.

“O acesso a esse material, em cartório, sem que dele possa dispor livremente em seu escritório ou no de seu assistente técnico, equivale a não o ter, uma vez que a verificação de seu conteúdo, da forma como decidida, não possibilitará à defesa realizar qualquer trabalho ou manifestação fazendo uso dessas imagens, o que por certo cerceia por completo o trabalho defensivo”, argumentam na petição enviada ao STF.

A Polícia Federal analisou as imagens das câmeras de segurança do terminal e concluiu que o empresário Roberto Mantovani ‘aparentemente’ bateu com ‘hostilidade’ no rosto do filho de Moraes.

Interlocutores do empresário demonstram preocupação com o que chamam de proximidade entre Moraes e a equipe da Polícia Federal que conduz o inquérito e elaborou o parecer sobre as filmagens. A análise foi feita por agentes da PF e não por peritos da corporação. A defesa afirma que o relatório é ‘seletivo’.

“Fica a impressão, e não se quer acreditar nisso, que o material selecionado pela PF, serve aos interesses da família Moraes, podendo assim ser divulgado, enquanto cria-se obstáculo intransponível à defesa, que fica impedida de defender seus clientes nos autos, mediante a utilização de imagens que existam no interesse deles”, diz outro trecho do pedido.

A decisão cabe ao ministro Dias Toffoli.

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