O presidente Joe Biden pediu para que a Comissão Federal de Comércio (FTC) investigue possíveis condutas ilegais nos mercados de gasolina dos Estados Unidos, embora seja improvável que qualquer investigação da agência tenha um impacto imediato nos preços pagos pelos consumidores.
Em uma carta nesta quarta-feira à presidente da FTC Lina Khan, o presidente manifestou preocupação com a diferença entre os preços na bomba e o custo do combustível no atacado, citando o que ele alega ser “evidências crescentes de comportamento contra o consumidor por parte das empresas de petróleo e gás”.
“Não aceito que trabalhadores americanos paguem mais pelo gás por causa de conduta anticompetitiva ou potencialmente ilegal”, disse Biden na carta.
A FTC é autoridade encarregada de regulamentar a livre concorrência no país e atua de maneira independente da Casa Branca, embora Biden tenha escolhido Khan para o comando e a agência possa optar por seguir sugestões do presidente.
Os americanos estão sentindo os efeitos dos preços mais altos em grande parte da economia, um problema que também está prejudicando Biden politicamente à medida que sua popularidade continua caindo nas pesquisas. O índice de preços ao consumidor de outubro subiu 6,2% em relação ao ano anterior, com os custos de energia sendo o principal fator. Os preços do gás aumentaram 49,6% em relação a outubro de 2020.
Mas sua carta é principalmente simbólica. Não é incomum que reguladores estaduais e federais abram investigações sobre os preços da gasolina quando disparam. Poucas dessas sondagens se traduzem em ação concreta.
Preços nas bombas
Um funcionário da Casa Branca disse que a agência poderia decidir iniciar uma investigação para coletar dados sobre como as empresas de gás definem os preços, bem como dados sobre os preços reais. Biden pediu à comissão para “examinar mais detalhadamente o que está acontecendo com os mercados de petróleo e gás”, e pediu que sejam usadas todas as ferramentas da comissão caso seja descoberta qualquer irregularidade.
O presidente disse em sua carta que “os preços na bomba continuaram subindo, mesmo com os custos do combustível refinado caindo e os lucros da indústria aumentando”. Ele alegou uma “grande lacuna inexplicável entre o preço da gasolina pura e o preço médio na bomba” em relação às diferenças vistas antes da pandemia.
Os preços médios na bomba dos EUA dispararam para os níveis mais altos em sete anos, com base em dados da AAA. Isso ocorreu principalmente em virtude da alta nos preços do petróleo, em oposição a uma desconexão entre os mercados de gasolina no atacado e no varejo. Os preços do petróleo respondem por bem mais da metade do custo da gasolina. E enquanto os preços na bomba subiram 51% este ano, os futuros do petróleo subiram ainda mais — 65%.