Telefônica Brasil, TIM e Claro venceram nesta quinta-feira os principais lotes do serviço de telecomunicações 5G no país, no leilão realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações até agora com pouca disputa.
A Telefônica Brasil ofereceu 420 milhões de reais por bloco de frequência nacional em 3,5 GHz, enquanto TIM ofereceu 351 milhões por outro na mesma frequência e a Claro 338 milhões de reais para ficar com o seu.
O quarto bloco nacional nessa frequência ficou sem ofertas, pois as 12 outras empresas menores que disputam o leilão não apresentaram propostas e as três operadoras maiores ficaram impedidas de disputá-lo, pois já tinham vencido anteriormente.
Apontado por membros do governo como o “maior leilão de frequências” já realizado no país, o certame não tem caráter arrecadatório, segundo seus organizadores, mas objetivo de obter bilhões de reais em investimentos no setor nos próximos anos.
O leilão começou com mais de uma hora e meia de atraso ao ser suspenso no início devido a uma cerimônia sem distanciamento social entre os presentes, na qual o presidente Jair Bolsonaro discursou sobre temas que incluíram dificuldades na obtenção de licenças para pilotos de jet ski e pesca de no lago de Itaipu.
Além da frequência de 3,5 GHz, que permite o chamado “5G puro”, o leilão vendeu também a faixa de 700 MHz nacional de 4G, que havia ficado vazia em 2014. A vencedora dessa frequência foi a Winity Telecom, controlada pelo grupo de investimentos Patria.
Com a vitória, a Winity, que ofereceu 1,427 bilhão de reais, ágio de cerca de 805% sobre o preço do edital, será uma nova operadora nacional de telefonia móvel, disputando mercado com Telefônica Brasil, TIM e Claro, afirmaram representantes da Anatel no leilão.
O leilão prossegue com disputa pelos lotes regionais na frequência de 3,5 Ghz. A surpresa até agora foi o lance de 1,25 bilhão de reais da Brisanet pelo lote C4, voltado à região Nordeste. A única outra empresa disputando o lote, a Meganet, ofereceu cerca de 9 milhões de reais e desistiu dessa disputa.
O valor de 1,25 bilhão de reais é próximo do levantado pela Brisanet em um IPO realizado em meados deste ano. Após o resultado no leilão, a ação da companhia tinha queda de 13% na B3.
Fonte: Exame