quinta-feira, 21-novembro-2024
InícioCidadesLinha do tempo: Entenda por que a construção do Heuro em Porto...

Linha do tempo: Entenda por que a construção do Heuro em Porto Velho já demora quase 10 anos

Principais entraves durante a construção da nova unidade de saúde da capital.

Quase 10 anos se passaram desde o primeiro comunicado oficial de construção do Hospital de Urgência e Emergência (Heuro) em Porto Velho. A nova unidade de saúde deveria desafogar a superlotação no Hospital João Paulo II e garantir melhor acesso à saúde para a população rondoniense.

Atualmente, a previsão é que a primeira parte do hospital seja entregue até o final de 2022.

Para entender os principais entraves e avanços do projeto, o g1 elaborou uma linha cronológica dos acontecimentos da última década. Confira:

2011

 

Em novembro: O Hospital João Paulo II foi classificado como o pior hospital do Brasil pelo Conselho Federal de Medicina. Na época, o governador recém eleito, Confúcio Moura, comentou sobre a ideia de construir um novo hospital de urgência e emergência na capital rondoniense.

2012

 

De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), o primeiro projeto de construção do hospital foi apresentado em 2012. A data exata não foi informada.

2013

 

Em abril: A previsão era que as obras iniciassem no primeiro semestre do ano. Na época, seriam investidos R$ 100 milhões financiados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

2014

 

Em maio: As obras do Heuro foram iniciadas em Porto Velho, a partir de um projeto de Parceria Público-Privada (PPP). Segundo o então governador, Confúcio Moura, seria investido o valor total de R$ 2,7 bilhões em um período de 15 anos. Um custo anual de R$ 181 milhões.

Desse valor total, somente o projeto executivo da nova unidade teria custado R$ 1,16 milhão. Para a construção e compra de equipamentos seriam gastos R$ 100 milhões. O restante do valor seria reservado para manutenção.

A unidade teria:

  • 4 andares;
  • 223 leitos de enfermaria;
  • 45 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI);
  • 6 salas cirúrgicas;
  • 2 salas de Raio X;
  • 7 elevadores;
  • 1 necrotério;
  • 1 heliporto.

 

Em junho: Confúcio participou de uma sessão na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) para apresentar o projeto de construção do Heuro. Na sessão, ele afirmou que a unidade entraria em funcionamento até o primeiro semestre de 2016, cinco anos atrás.

2015

 

Em julho: A Polícia Federal deflagrou a Operação Murídeos, com o objetivo de desarticular um esquema que desviava recursos federais em projetos do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (Pidise).

Um dos projetos alvos era a construção do Heuro. De acordo com a Operação, a obra estaria sendo executada sem alvará. A obra, naquele local, não voltou a ser retomada.

2019

 

Depois de ser eleito, o atual governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), decidiu retomar os processos para a construção do Heuro.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o local onde a antiga construção foi iniciada já não atende mais às necessidades da população e por isso uma nova área com cerca de 15 mil m² foi escolhida: entre as avenidas Rio de Janeiro, Mamoré e BR-364, na capital.

Em maio: o Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) anunciou a doação de R$ 50 milhões para a construção do Heuro. Segundo o órgão, o dinheiro foi economizado por anos para a construção de uma nova sede, mas a situação do hospital se mostrou mais urgente.

De acordo com a Sesau, através da doação foi criado o “Fun-Heuro”, um fundo especial que tem a “finalidade exclusiva de financiar a implantação e aquisição de equipamentos para o Hospital de Urgência e Emergência de Porto Velho”. O valor não pode ser utilizado para pagamento de servidores, comissionados, assessoria ou consultoria.

Em junho: o governador Marcos Rocha informou à Rede Amazônica que estimava um prazo de quatro anos para finalizar a obras, mas que tentaria encurtar para dois. Dois anos se passaram, desde então, e o processo de licitação ainda não foi finalizado para que a construção comece a ser levantada.

Em dezembro: um projeto no modelo Built to Suit (BTS), ou construído para servir, em tradução livre, foi apresentado na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO). Nenhum representante do governo participou da reunião.

Os deputados presentes criticaram a falta de iniciativa e lentidão por parte do Estado. “Já tem R$ 50 milhões na conta, através de doações do Tribunal de Contas e nada foi feito até agora”, pontuou o deputado Jair Montes na ocasião.

Uma semana depois, a Sesau informou que o hospital seria construído no modelo BTS, com 400 leitos.

2020

 

Em janeiro: o secretário estadual de saúde Fernando Máximo informou que governo havia realizado um estudo de viabilidade do modelo BTS e iria iniciar um estudo financeiro do modelo.

Em maio: o estudo sobre a construção do Heuro foi apresentado a investidores de São Paulo por meio de videoconferência. No projeto, a unidade contém 399 leitos, centro cirúrgico com oito salas e 50 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O prazo para entrega dos trabalhos à realização da licitação estava previsto para o mês seguinte.

2021

 

Em abril: o edital para contratação da empresa que vai construir o hospital foi lançado, no dia 19. O documento aponta que os primeiros 131 leitos deveriam ser entregues em um prazo de 10 meses a partir do início das obras.

Segundo o Governo, o antigo local onde a construção já havia sido iniciada, não atende as necessidades atuais da população. Logo, a construção deve iniciar novamente “a partir do zero”.

Em julho: o leilão para escolha da empresa que vai gerir a obra do Heuro foi realizado na Bolsa de Valores em São Paulo. O Consórcio Vigor Turé foi o vencedor da licitação, oferecendo a proposta de R$ 2.889.000 por mês.

No dia 22 do mesmo mês, o TCE pediu a suspensão da licitação, após um relatório técnico apontar irregularidades no processo, como a mensuração inadequada nos custos de manutenção predial e falta de informações precisas sobre a área do hospital e prazo da obra.

“A gente fica triste porque atrasa a obra do hospital tão sonhado e necessário para o estado de Rondônia pelo menos nós últimos 20 anos“, disse o secretário estadual de saúde, Fernando Máximo, à Rede Amazônica.

Em novembro: O TCE-RO publicou no diário oficial a autorização para o procedimento da licitação para construção do Heuro. Segundo o órgão, o governo apresentou numerosas documentações de complementação e retificação dos problemas.

Segundo o procurador-geral do estado, Maxwel Mota de Andrade, a previsão é que a primeira parte da unidade seja entregue até o fim de 2022.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Most Popular

Recent Comments