segunda-feira, 25-novembro-2024
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Governo propõe INSS, seguro de vida de R$ 40 mil e hora mínima a trabalhadores de apps

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A proposta a que a Folha teve acesso inclui o pagamento de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), seguro de vida de R$ 40 mil e valor mínimo por hora, entre outros direitos trabalhistas e previdenciários

Mesmo sem acordo entre todas as entidades e empresas de trabalhadores por aplicativo, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara um projeto de lei para regulamentar as atividades das plataformas digitais.

A proposta a que a Folha teve acesso inclui o pagamento de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), seguro de vida de R$ 40 mil e valor mínimo por hora, entre outros direitos trabalhistas e previdenciários.

Pela minuta do projeto, prestadores de serviço de empresas como Uber, 99, iFood e Rappi poderão trabalhar como autônomos ou ser contratados por meio da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Há ainda regras como abertura de postos de apoio -com estrutura sanitária e refeitórios, por exemplo-, transparência nas avaliações, com impedimento de as plataformas suspenderem trabalhadores, além de custeio de itens necessários para o trabalho e oferta de equipamentos de proteção.

As empresas deverão cadastrar e descontar a contribuição ao INSS dos trabalhadores, conforme o tipo de contrato de trabalho. Haverá ainda contribuição previdenciária dos aplicativos, também dependendo do tipo de contrato.

A minuta, que ainda poderá ser alterada, proíbe o enquadramento da categoria como MEI (Microempreendedor Individual), que tem alíquota de 5% sobre o salário mínimo.

O projeto de lei começou a ser elaborado no final de agosto, pela coordenadoria-geral de legislação e normas do RGPS (Regime Geral de Previdência Social), do Ministério da Previdência Social.

Procurada, a Previdência não comentou o teor da minuta. Afirmou que integrou o grupo de trabalho para a regulamentação das plataformas digitais e confirmou que “a inclusão previdenciária desses profissionais é um dos temas em pauta”.

“Ainda não há um projeto fechado, nem uma data definida de quando será enviado ao Congresso Nacional”, disse a pasta, em nota.

O Ministério do Trabalho e Emprego, por sua vez, enviou o vídeo da sessão da qual o titular da pasta, Luiz Marinho, participou nesta segunda-feira (9), no Senado.

A minuta traz três opções de contrato de trabalho, uma como prestador de serviços, outra como contribuinte individual e uma terceira com carteira assinada.

No caso de quem optar por ser contribuinte individual, não há horários e dias de trabalho fixos, e o desconto da contribuição ao INSS será de 11% sobre a remuneração, conforme legislação previdenciária de 1991, que rege as regras das contribuições até hoje. A empresa também pagará sua parte.

Para quem é CLT, as alíquotas variam de 7,5% a 14%, e são aplicadas sobre cada faixa da remuneração, além da contribuição empresarial de 20%. No entanto, aplicam-se as regras da carteira assinada, com horário de entrada e saída, e dias específicos de trabalho.

“Se ele for contribuinte individual, ou seja, aquele que tem liberdade, que presta serviço de modo eventual, quando ele quer, como quer, onde quer, enfim, a contribuição vai ser 11%”, afirma a advogada especialista em Previdência Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).

Um grupo de trabalho debateu por 150 dias a regulamentação das atividades, mas foi encerrado no dia 12 de setembro sem um entendimento com os trabalhadores de entrega. Houve, porém, avanços com motoristas de aplicativos de passageiros.

“Nós estamos praticamente acordados com o setor de aplicativos de transporte de pessoas; as bases estão acordadas”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, nesta segunda, em audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

“Com relação aos entregadores, ainda não houve acordo, não está sendo fácil, provavelmente nós teremos que remeter ao Congresso Nacional arbitrando o que vai acontecer, pois as empresas estão muito duras com relação a isso”, afirmou.

Na sexta (6), Marinho tratou sobre o impasse com o setor de duas rodas em um evento no SindPD (sindicato de processamento de dados), em São Paulo. “Sobre quatro rodas [caminha para entendimento]. Duas rodas não está dando acordo. Então o governo vai arbitrar provavelmente.”

Na ocasião, o ministro criticou o que chamou de precarização do trabalho. “A sociedade tem de refletir se deseja um garoto, uma garota, lhe entregando a comida quentinha em minutos, se ele está sendo bem tratado, e se ele está tendo o direito de levar essa comida para sua família. Ou não importa o bem-estar?”, disse.

“Meu bem-estar pode estar sendo servido por trabalho na área da escravidão? Trabalho ultraprecário? É isso que a sociedade brasileira pensa? Não acredito”, completou a uma plateia de sindicalistas, que o aplaudiu.

A ideia da pasta é apresentar a proposta em duas semanas. Antes, o ministério pretende levar o texto para conhecimento de Lula. “Eu pedi primeiro que a gente escreva [o projeto]”, disse Marinho na sexta.

VALOR MÍNIMO A SER PAGO

Pelas negociações, o valor mínimo a ser pago pela hora trabalhada poderá ser de R$ 17 para os motoristas de motocicleta ou bicicleta, setor chamado de duas rodas, e R$ 30 para os motoristas que transportam passageiros, o setor de quatro rodas.

O valor não está expresso na minuta. A Folha, porém, confirmou com três fontes a par das negociações.

A ideia é que haja uma remuneração mínima de R$ 1.320 no mês, que é o salário mínimo atual. Para isso, a jornada de trabalho seria de 176 horas levando em conta a hora do salário mínimo, de R$ 7,50.

O problema é que os entregadores que trabalham de moto ou bicicleta exigem o pagamento da chamada hora logada, enquanto empresas defendem a hora trabalhada.

O presidente da Amabr (associação dos motofretistas de aplicativos e autônomos do Brasil), Edgar Francisco da Silva, o Gringo, afirmou que, para ele, foram 150 dias de negociação sem resultados. Gringo representa parte dos trabalhadores do setor de duas rodas.

“Os assuntos que a gente tratou foram remuneração, saúde, segurança, transparência e Previdência. Nada avançou”, disse Gringo. Segundo ele, o PL ficará a critério do governo. “Estamos esperando o governo pôr este PL para fora para ver o que é bom e o que é ruim para nós. Os R$ 17 são inaceitáveis”, disse.

“Este valor de R$ 17 por hora trabalhada não é aceito pelos trabalhadores, o certo é hora logada. Esses R$ 17 que estão sendo citados é uma proposta ridícula. No iFood, por exemplo, o entregador já ganha mais de R$ 23 a hora”, afirmou.

VEJA AS REGRAS PROPOSTAS PELO GOVERNO

A lei a ser apresentada ao Congresso “regulamenta as formas de trabalho prestado por meio de aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede, estabelece mecanismos de inclusão previdenciária e outros direitos para a melhoria das condições de exercício das atividades”, diz minuta do projeto.

DEFINIÇÃO DO REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS

Serão dois tipos: empresa prestadora de serviços que opera por plataforma digital, que administra e disponibiliza a oferta de serviços por aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede; e empresa de anúncio de serviços que opera por plataforma digital.

COMO DEVE SER O CONTRATO DE TRABALHO

O contrato de trabalho terá as seguintes cláusulas obrigatórias:

– a definição das condições da prestação do serviço
– a definição da política/forma de remuneração
– a definição das políticas/regras de pontuação, bloqueio e desligamento do trabalhador que presta serviço por meio de aplicativos ou plataformas digitais
– a forma de avaliação dos serviços prestados

ESPAÇO DE APOIO

A empresa deverá disponibilizar acesso a espaços de apoio para os prestadores, com instalações sanitárias e lavatório, ambiente para refeições, água potável, descanso e conexão à internet, em número proporcional ao fluxo de prestadores a serem atendidos. Elas poderão, inclusive, compartilhar o mesmo espaço entre si, ofertando a seus prestadores de serviços.

SEGURO DE VIDA E INDENIZAÇÕES

O seguro de vida deverá ser de 30 vezes o piso do INSS, que é o salário mínimo nacional, hoje em R$ 1.320, o que dá R$ 39,6 mil. Além disso, as empresas devem indenizar alguns custos. Os percentuais são de até 60% ou até 40%, dependendo do tipo de custo, mas a minuta não define os tipos. Há ainda cláusula que prevê fornecimento de equipamentos de segurança.

PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA E DESCONTO DE INSS

As empresas poderão ter três tipos de contrato com os trabalhadores: como prestador de serviço, contribuinte individual por conta própria e trabalhador contratado por CLT.

Haverá o desconto da contribuição ao INSS por parte da empresa para o qual o trabalhador presta o serviço e também o pagamento de percentual da contribuição previdenciária do empregadores.

Para quem for contratado por CLT, é necessário cumprir horário, mas serão garantidos direitos como 13º, férias, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e horário de intervalo, entre outros.

Brasileiro que desapareceu em rave atacada por Hamas em Israel é encontrado morto

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Glazer estava com dois brasileiros -a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman– em uma festa próxima à Faixa de Gaza na noite do sábado (7) quando ela foi invadida por militantes da facção terrorista palestina

Um dos brasileiros que estavam na rave atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel neste fim de semana, Ranani Glazer, 23, está morto. A informação foi confirmada pela tia do jovem à Folha na noite desta segunda-feira (9).

Glazer estava com dois brasileiros -a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman– em uma festa próxima à Faixa de Gaza na noite do sábado (7) quando ela foi invadida por militantes da facção terrorista palestina. Homens armados cercaram o local, lançaram granadas e dispararam contra eles.

Segundo relato de Zimerman, os três fugiram e se esconderam em um abrigo ao ouvir os primeiros disparos. Ao deixarem o lugar em que se esconderam, porém, ele e Rafaela já não sabiam o paradeiro de Glazer.

“Quando saí do abrigo, dei de cara com a polícia”, afirmou Zimerman. “Estava com a Rafaela. Mas o Ranani infelizmente não saiu com a gente. Chorei demais. Agradeci. O que falei com Deus não está escrito. Quando vi a Rafaela, só pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor enorme para ela.”

Mais de 260 morreram na rave. Não está claro se o brasileiro já está contabilizado nessa cifra, nem se ela faz parte do número total de vítimas do conflito iniciado no sábado.

Participantes da festa dizem que um alerta de foguetes tocou logo ao amanhecer e foram seguidos de barulhos de tiros.

“Desligaram a eletricidade e, de repente, do nada, eles [militantes] entraram atirando, disparando em todas as direções”, disse uma testemunha a uma emissora de Israel. “Cinquenta terroristas chegaram em vans, vestidos com uniformes militares.”

Os participantes do evento tentaram fugir do local correndo ou em carros, mas encontraram com jipes de terroristas armados.

O local do festival, que contava com três palcos, área de acampamento e refeições, fica no deserto de Negev, perto do Kibutz Re-im, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza, de onde combatentes do Hamas cruzaram no amanhecer de sábado.

Hostilidades a Moraes: defesa de bolsonaristas quer perícia própria e pede cópia de filmagens

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O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, levantou o sigilo dos autos na semana passada, mas a íntegra da gravação, compartilhada por autoridades italianas, não foi divulgada

Adefesa dos bolsonaristas investigados por hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma, pediu novamente nesta segunda-feira, 9, para ter acesso ao vídeo das câmeras de segurança do terminal.

O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, levantou o sigilo dos autos na semana passada, mas a íntegra da gravação, compartilhada por autoridades italianas, não foi divulgada.

“Não há razão para expor envolvidos e terceiros que aparecem nas cenas captadas”, justificou o ministro.

Toffoli autorizou a defesa a assistir ao vídeo, mas negou a extração de cópias, ou seja, os advogados podem marcar um horário para ver a gravação, mas não podem levar consigo com uma versão.

Ocorre que os criminalistas Ralph Tórtima Stettinger Filho e Thiago Amaral Lorena de Mello querem fazer uma perícia privada no material e, para isso, insistem na cópia.

“O acesso a esse material, em cartório, sem que dele possa dispor livremente em seu escritório ou no de seu assistente técnico, equivale a não o ter, uma vez que a verificação de seu conteúdo, da forma como decidida, não possibilitará à defesa realizar qualquer trabalho ou manifestação fazendo uso dessas imagens, o que por certo cerceia por completo o trabalho defensivo”, argumentam na petição enviada ao STF.

A Polícia Federal analisou as imagens das câmeras de segurança do terminal e concluiu que o empresário Roberto Mantovani ‘aparentemente’ bateu com ‘hostilidade’ no rosto do filho de Moraes.

Interlocutores do empresário demonstram preocupação com o que chamam de proximidade entre Moraes e a equipe da Polícia Federal que conduz o inquérito e elaborou o parecer sobre as filmagens. A análise foi feita por agentes da PF e não por peritos da corporação. A defesa afirma que o relatório é ‘seletivo’.

“Fica a impressão, e não se quer acreditar nisso, que o material selecionado pela PF, serve aos interesses da família Moraes, podendo assim ser divulgado, enquanto cria-se obstáculo intransponível à defesa, que fica impedida de defender seus clientes nos autos, mediante a utilização de imagens que existam no interesse deles”, diz outro trecho do pedido.

A decisão cabe ao ministro Dias Toffoli.

Israel intensifica ataques; Hamas ameaça executar reféns

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Premiê Netanyahu diz que investidas em Gaza estão “apenas começando”; Exército convoca 300 mil reservistas. Militantes ameaçam assassinar reféns se israelenses continuarem bombardeios sem aviso prévio ao território.

Israel reforçou os ataques aéreos à Faixa de Gaza, enquanto militantes do Hamas ameaçavam assassinar reféns caso as forças israelenses continuassem a realizar bombardeios sem aviso prévio à população.

Na noite desta segunda-feira (09/10), a contagem total de mortos no conflito que já dura mais de três dias  já era de mais de 1,6 mil.

“Cada ataque sem aviso ao nosso povo será sucedido pela execução de um dos reféns civis”, afirmou um porta-voz da brigada Ezzedine al-Qassimi, o braço armado do Hamas, em mensagem divulgada nesta segunda-feira. Ele disse que o Hamas não negociará a devolução dos reféns enquanto estiver sob ataque.

O ministro israelense do Exterior, Eli Cohen, alertou que “crimes de guerra como esses não serão perdoados”. Até a noite desta segunda-feira, em torno de 900 pessoas, incluindo 73 soldados, morreram em Israel. Em Gaza, as autoridades contabilizaram mais de 680 mortos. Milhares de pessoas ficaram feridas em ambos os lados do conflito.

As Forças Armadas israelenses afirmaram ter recuperado o controle de cidades vilarejos que haviam sido ocupadas pelo Hamas. Os militantes, por sua vez, disseram ter feito mais de 130 reféns em suas incursões ao território israelense.

Tanques e drones israelenses foram enviados para garantir a segurança nos locais onde as cercas fortificadas de fronteira haviam sido rompidas durante os ataques.

Milhares de israelenses foram retirados da região fronteiriça. O contra-almirante israelense Daniel Hagari informou que 15 das 24 comunidades de fronteira foram evacuadas, sendo que a população das demais localidades deverão ser retiradas nesta terça-feira.

A ONU calcula que, em Gaza, 123 mil pessoas tiveram de deixar suas casas desde o início do conflito, há três dias. Muitas delas fugiram após receberem alertas de ataques vindos de Israel.

“Ataques estão apenas começando”

Os militares israelenses anunciaram a convocação de 300 mil reservistas, o que sugere que Tel Aviv estaria preparando uma ofensiva por terra de grande porte.

“Nossos ataques ao Hamas estão apenas começando”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em pronunciamento nesta segunda-feira. “O que faremos com nossos inimigos nos próximos dias vai reverberar neles por gerações.”

No início da noite, explosões foram ouvidas em Jerusalém, após uma salva de foguetes atirados a partir de Gaza atingir dois bairros da cidade. A imprensa israelense relatou um total de sete feridos nos ataques.

Os israelenses bombardearam o distrito comercial e residencial Rimal em Gaza, após emitir alertas à população para que deixasse o local. O edifício da Companhia Palestina de Telecomunicações foi destruído.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ordenou a imposição de um cerco total à Faixa de Gaza. Ele disse que as autoridades iriam cortar a eletricidade e bloquear a entrega de alimentos e combustíveis, privando de recursos essenciais uma população de 2,3 milhões de pessoas.

Gallant disse que Israel está em guerra contra o que chamou de “animais humanos” e que os militares agiriam de acordo, utilizando a linguagem desumanizadora empregada pelos dois lados em meio ao acirramento das tensões.

Prisioneiros civis e militares

O contra-almirante Hagari disse a repórteres que os bombardeios israelenses ocorrem de distrito a distrito para destruir casas e edifícios que, supostamente, seriam utilizados pelo Hamas.

Segundo afirmou, Israel planeja atingir milhares de alvos. Centenas de militantes israelenses estariam enterrados sob os destroços dos locais destruídos nas últimas 48 horas, afirmou. Suas alegações, porém, não puderam ser confirmadas.

Um porta-voz do Hamas disse à agência de notícias Associated Press que os militantes continuam a combater no território inimigo e que ainda mais reféns israelenses foram capturados nesta segunda-feira.

Entre estes estão soldados e civis, incluindo mulheres e crianças. Os reféns são, na maioria, de nacionalidade israelense, mas também há pessoas de outros países.

O objetivo do Hamas, segundo o porta-voz, é negociar a libertação de todos os prisioneiros palestinos em Israel.

Políticos de direita dominam TikTok no Brasil E se afastam da política em publicações

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O Centrão tem seis do top 10 políticos brasileiros no aplicativo que tem 88,3 milhões de usuários apenas no Brasil.

Nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O político mais seguido no TikTok no Brasil é o deputado federal Tiririca (PL-SP). Levantamento feito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) a pedido do Estadão mostra que, entre os dez políticos mais seguidos na plataforma de vídeos curtos, prevalecem os parlamentares que são de centro ou e de direita, e que defendem, no geral, a pauta da defesa dos animais e da segurança pública.

O Centrão tem seis do top 10 políticos brasileiros no aplicativo que tem 88,3 milhões de usuários apenas no Brasil. Bolsonaro (5,5 milhões) e Lula (4,3 milhões), ocupam, respectivamente, a segunda e terceira posições do ranking. Tiririca é seguido por 6,1 milhões de pessoas.

Diferente dos demais, Tiririca desponta no TikTok sem falar de política. Ele publica vídeos de humor, de dancinhas e de memes, seguindo uma tendência particular do uso da plataforma no Brasil: políticos que quiserem ter mais alcance precisam falar de algo além da política. O que não significa que não se beneficie disso para se eleger.

“O TikTok tem uma funcionalidade diferente das demais redes”, afirma Viktor Chagas, professor da UFF, responsável pelo levantamento. “Há, no TikTok, uma grande quantidade de políticos que atuam muito no sentido de trabalhar uma linguagem que simultaneamente despolitiza e politiza. Eles estão trabalhando com uma dimensão muito próxima do humor e da denúncia.”

Lula é o único político de esquerda entre os 10 políticos mais seguidos e está à frente do quarto colocado, o deputado Delegado Matheus Laiola (União-PR), por apenas 200 mil seguidores. Veja o resto da lista abaixo.

Enquanto a esquerda ignora o TikTok, a direita tem utilizado a ferramenta para atrair os jovens. Um levantamento do Núcleo de Tecnologia do Departamento de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Rio mostra que, na Argentina, Javier Milei tem sete vezes mais presença no TikTok do que Patricia Bullrich e 34 vezes mais do que Sergio Massa, seus principais adversários.

Lá, Milei usa da ferramenta do diálogo direto e espontâneo. Os vídeos costumam seguir um padrão. Uma voz faz uma pergunta e ele responde, de imediato, em imagens gravadas em ambientes públicos, fora de estúdios. No final de cada produção, o candidato presidencial grita um bordão que se tornou lema da sua candidatura na Argentina: “Viva la libertad carajo”.

“Javi (apelido do candidato), para quê você será presidente?”, pergunta uma voz. “Vou ser o presidente dos argentinos para terminar com a decadência que dura mais de dez anos”, afirmou. O vídeo tem 7 milhões de visualizações e repete um questionamento comumente feito no perfil dele na plataforma.

“O TikTok faz aflorar o tipo de conteúdo feito em linguagem descontraída, há um ambiente que favorece aquele que produz um conteúdo no calor do acontecimento, de uma forma direta ou coloquial, ainda que, na verdade, seja um conteúdo extremamente planejado”, afirma Viktor Chagas, pesquisador da UFF.

No Brasil, Lula é o único político de esquerda que tem mais de 1 millhão de seguidores no TikTok. A direita foi mais ágil e consolidou espaço enquanto o aplicativo crescia no País. Como mostrou o Estadão, estudo do Laboratório de Combate à Desinformação e ao Discurso de Ódio em Sistemas de Comunicação em Rede (DDosLAB) da UFF detectou 300 políticos com conta no TikTok, com 265 contas ativas que somam mais de 23 mil vídeos. Há quase duas vezes mais políticos de direita do que de esquerda na rede social. O primeiro grupo tende, estatisticamente, a acumular mais seguidores e mais curtidas.

União Brasil é o partido com mais políticos no top 10 mais seguidos

 

No Congresso, o deputado Matheus Laiola é totalmente desconhecido. Mas no TikTok ele fala com 4,1 milhões de pessoas. Na rede social, mostra suas ações como deputado, dá dicas de cuidados com pets e denuncia maus-tratos aos animais. Os conteúdos alcançam, em média, 20 mil a 30 mil pessoas. No primeiro mandato, foi eleito com 132 mil votos no rastro dos seus vídeos.

O número de seguidores de Laiola no TikTok é oito vezes superior à sua conta no Instagram, rede mais utilizada pelos políticos brasileiros.

O grande diferencial do aplicativo em relação a outras plataformas é a duração dos vídeos, com possibilidade de fazer edições, além de oferecer a opção de inserção de recursos interativos, que vão de enquetes a lives. Se antes a plataforma era de vídeos com “dança e coreografia”, hoje ela pode oferecer informação imediata.

Aos 27 anos, Kim Kataguiri (União-SP), é o mais jovem entre os políticos brasileiros mais influentes no Tiktok. “Hoje, no Brasil, a rede social elege presidente da República, como foi com Bolsonaro. Quem não souber usar as redes está politicamente morto”, sentencia.

Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim usa a rede para publicar memes, provocações a Lula e à esquerda e divulgar o trabalho como deputado federal. Ele disse acreditar que os memes feitos pelo MBL no passado serviram como uma “vanguarda” que ajudou a criar um formato hoje também seguido por Lula, Bolsonaro e demais políticos.

Hoje, no Brasil, a rede social elege presidente da República, como foi com Bolsonaro. Quem não souber usar as redes está politicamente morto

Kim Kataguiri (União-SP)

São com os memes, aliás, que Kim tem mais facilidade de “hitar” e alcançar mais pessoas. Um vídeo publicado por ele, em que faz uma crítica social ao comparar desenhos atuais com os do passado, tem 5,3 milhões de visualizações.

“A principal função dessas redes, em especial o TikTok, é alcançar públicos novos, pessoas que não conhecem o seu trabalho. A pessoa vê um vídeo seu, vê outro, até que no terceiro quer saber quem é e segue o perfil”, afirma. “Eu gosto muito de fazer paródia de abertura de anime (desenho japonês). Onde mais viralizava é o TikTok. O público de 16 a 25 anos assiste em massa isso.”

Em uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) publicada no ano passado, o TikTok é a rede social mais usada por crianças e adolescentes. 34% do público brasileiro entre 9 e 17 anos afirmou acessar o aplicativo em 2021. O Brasil é o país com o terceiro maior grupo de usuários na plataforma, atrás apenas de Estados Unidos e Indonésia. Segundo o TSE, 13,74% dos eleitores brasileiros têm de 16 a 24 anos.

Deputado de cueca e memes de cachorros

No seu TikTok, Tiririca apresenta apenas o seu lado humorístico, deixando de lado as suas ações como parlamentar. Em um vídeo no dia 26 de agosto, o deputado ironiza a onda de calor no País jogando água na cabeça enquanto anda em uma rua apenas de camiseta e cueca. A postagem já conta com quase 5 milhões de visualizações até o fechamento desta reportagem. E não traz nada sobre o debate climático.

Grande parte das postagens feitas no perfil de Lula são para a divulgação de ações feitas pelo governo federal. Porém, no perfil do presidente também há espaço para a descontração. Um dos vídeos com maior engajamento do petista nos últimos meses foi um encontro com a atleta do Corinthians e da Seleção Feminina de Futebol, Tamires Cássia, onde ele disse “vai Corinthians”, em referência ao time de coração do chefe de Executivo e onde Tamires atua profissionalmente. O post teve mais de 400 mil visualizações, número superior aos de informações sobre projetos públicos.

O TikTok é uma das redes que o ex-presidente Jair Bolsonaro é mais ativo. Por lá, o ex-presidente faz publicações voltadas aos seus apoiadores, com críticas ao governo de Lula e lembranças do seu mandato na Presidência. Uma das postagens recentes com melhor desempenho no seu perfil é um vídeo do ex-chefe do Executivo tomando um café enquanto dava uma entrevista exclusiva ao Estadão.

O conteúdo da entrevista, quando Bolsonaro foi questionado sobre a sua atuação no esquema de venda ilegal de joias no exterior e sua convivência com o hacker Walter Delgatti Neto, foi ignorado pela postagem e substituído com uma música viral utilizada na plataforma. A publicação do ex-presidente alcançou 371 mil visualizações.

EUA: Família é condenada por vender cura falsa e mortífera para Covid-19

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Mark Grenon e os seus três filhos venderam um produto químico extremamente tóxico, que motivou queixas às autoridades, alertas pela entidade reguladora e levou inclusive a mortes

Quatro homens de uma família na Florida, nos Estados Unidos, foram condenados a duras penas de prisão depois de o grupo ter vendido uma cura “milagrosa” para a Covid-19 durante a pandemia. O produto tinha químicos poderosos e água sanitária que acabaram causando graves dificuldades em muitas pessoas, chegando a matar algumas

Num comunicado, o Departamento de Justiça dos EUA explicou que Mark Grenon, de 66 anos, e os seus filhos Jonathan (37), Jordan (29) e Joseph (36), foram considerados culpados de conspiração e de defraudar as autoridades ao venderem um medicamento sem comporvação científica.

Jonathan e Jordan foram condenados a 12 anos e meio de prisão cada um, enquanto que Mark e Joseph foram condenados a cinco anos.

A acusação, citada pela ABC News, explicou que o grupo produziu, vendeu e distribuiu um “produto perigoso” que apelidaram de ‘Solução Mineral Milagrosa’, que supostamente curava Covid-19, distribuindo-a através de uma instituição de saúde evangélica.

O produto em questão continha clorito de sódio (NaClO2), um poderoso composto químico usado para manchar têxteis ou celulose, e água, tornando-se numa espécie de água sanitária tóxica para o consumo. Os vendedores armazenaram a substância em vários barris – que tinham avisos sobre o risco de ingestão – num barraco no quintal de Jonathan Grenon, na localidade de Bradenton, onde as autoridades encontraram cerca de 4.500 litros da solução.

Antes de venderem a solução como cura para a Covid-19, os Grenons já tinham vendido a ‘Solução Mineral Milagrosa’ alegando que ela curava várias outras doenças, como leucemia, AIDS, diabetes, Alzheimer, entre outras. O ‘medicamente’ nunca foi aprovado pelo regular federal de alimentos e drogas.

O regulador FDA avisa os consumidores para não comprarem ou consumirem a solução. “A FDA recebeu denúncias de consumidores que sofreram de vômito extremo, diarreia estrema, baixa pressão arterial provocada por desidratação, problemas graves de fígado”, contou o Departamento de Justiça, revelando que algumas pessoas ficaram em estado crítico e acabaram mesmo morrendo depois de beberem a solução.

Os Grenons operavam o negócio através de uma igreja denominada ‘Genesis II Church of Health and Healing’ – é muito fácil, a nível burocrático, criar uma igreja nos Estados Unidos, algo que tem sido usado por várias entidades fraudulentas para fugirem ao pagamento de impostos com uma maior facilidade. A igreja não pertencia a qualquer religião, e Mark Grenon admitiu que o culto foi fundado para “legalizar” a solução e evitar que fossem para a prisão.

A família recolheu quase 1 milhão de dólares (cerca de 5 milhões de reais) com a sua operação, através de donativos para a igreja.

Seleção se apresenta em Cuiabá sem Neymar e Marquinhos

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Neymar e Marquinhos são esperados ainda na noite desta segunda-feira, mas não estarão presentes no primeiro treino

A seleção brasileira se apresentou nesta segunda-feira (9) em Cuiabá (MT) para a data Fifa que terá dois jogos: Venezuela, nesta quinta-feira (12), e Uruguai, na próxima terça (17). Neymar e Marquinhos foram as únicas ausências.

Neymar e Marquinhos são esperados ainda na noite desta segunda-feira, mas não estarão presentes no primeiro treino. A ausência da dupla já era esperada pela CBF.

A seleção faria uma atividade em campo na Arena Pantanal, mas decidiu trocar por um trabalho físico na academia do próprio estádio. A alteração se deu porque a maioria dos atletas entrou em campo neste domingo (8).

Os atletas chegaram ao hotel em Cuiabá em dois grupos, um pela manhã e outro no início da tarde. Cerca de dez torcedores enfrentaram o sol 34ºC na calçada em frente ao local, mas só viram os atletas à distância.

O primeiro grupo foi composto por Alisson, Ederson, Bremer, Gabriel Magalhães, Carlos Augusto, Yan Couto, Arana, Danilo, Casemiro, Bruno Guimarães, Matheus Cunha, David Neres, Gabriel Jesus e Richarlison. O segundo grupo teve André, Gerson, Lucas Perri, Nino, Raphael Veiga, Rodrygo e Vini Jr.

O técnico Fernando Diniz comanda o primeiro trabalho na tarde desta segunda-feira. Antes do duelo contra a Venezuela, na quinta-feira, o comandante ainda terá outras duas atividades.

Desenrola Brasil lança Plataforma para Renegociação de Dívidas

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Nova etapa do programa se inicia nesta segunda-feira (9/10) com abertura de plataforma para pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico

OGoverno Federal abre nesta segunda-feira, dia 9 de outubro, a Plataforma do Programa Desenrola Brasil para renegociação de dívidas negativadas bancárias e não bancárias — como conta de luz, água, varejo, educação, entre outras — que beneficiará pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), e que tenham dívidas até R$ 5 mil e dívidas entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Essa etapa do programa vai até 31 de dezembro de 2023.

Nesse momento, as dívidas com valor atualizado até R$ 5 mil poderão ser renegociadas à vista ou parceladas em até 60 meses, com juros de até 1,99% ao mês. Esse valor também terá a prioridade da garantia do governo, por meio do Fundo de Garantia de Operações (FGO), que soma R$ 8 bilhões. Esse grupo de beneficiados poderá renegociar suas dívidas até o valor total de R$ 5 mil. Nessa fase do programa, as dívidas que antes dos descontos tinham valor entre R$ 5 mil e R$ 20 mil poderão ser pagas à vista, na Plataforma, com o desconto oferecido pelo credor. Esse grupo de beneficiados poderá fazer a renegociação das dívidas que estiverem elegíveis na Plataforma, sem limite de valor.

Cabe ressaltar que as ofertas com opção de parcelamento – que usam garantia do FGO – estão organizadas de acordo com uma fila, que segue a ordem dos maiores descontos que foram ofertados pelos credores na etapa de leilão do Programa. O beneficiário terá 20 dias para fazer uso daquela oferta e renegociar as dívidas com a opção de parcelamento, da forma como julgar mais conveniente. Depois disso, o beneficiário ainda poderá acessar a renegociação com opção de pagamento à vista, mas o parcelamento a prazo, com alocação do FGO, será oferecido para os demais beneficiários, seguindo a ordem do leilão. A cada 20 dias a fila de renegociações parceladas vai andar, até o último dia do programa, 31/12/2023. O mecanismo busca garantir o maior alcance do Desenrola.

Para ingressar na Plataforma e poder renegociar as dívidas é só clicar no site e seguir as coordenadas: gov.br/desenrola

Sem nova fronteira para explorar, Brasil terá de importar petróleo de novo, diz Prates

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Ele salientou que a exploração na Foz do Amazonas é um processo que pode acontecer de forma “extremamente descarbonizada”.

Opresidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse na segunda-feira, 2, que não acredita que os trâmites para a aprovação da exploração do petróleo da Margem Equatorial tenham se encerrado, mesmo com a recente negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração na Bacia da Foz do Amazonas.

“Não consideramos que esse processo terminou com uma negativa.Há um recurso que está esperando resposta”, afirmou Prates em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

“É normal na relação de um órgão ambiental, como não há um prazo legal – e alguns advogam que não deve haver mesmo para a questão ambiental -, que haja esse interregno”, acrescentou Prates.

Ele salientou que a exploração na Foz do Amazonas é um processo que pode acontecer de forma “extremamente descarbonizada”.

“A humanidade vai precisar de petróleo por bons 50 ou 60 anos à frente. Se nós não tivermos áreas de nova fronteira para explorar, vamos ter de importar petróleo de novo como Brasil e petróleo mais carbonizado que o nosso”, afirmou.

Disse ainda respeitar as decisões do Ibama e o trabalho do Ministério do Meio Ambiente.

“O Ibama mudou, o governo mudou, mudou tudo. Nós compreendemos e respeitamos sempre a posição do Ibama, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de reorganizar o Ibama e todas as pessoas que participavam desses licenciamentos, e fazer novas exigências”, afirmou.

Prates classifica que a licença recebida na segunda-feira para a perfuração de petróleo na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte e no Ceará, serve para demonstrar a forma de atuação da Petrobras à nova composição do Ibama. “A relevância dessa licença demonstra, permite à Petrobras mostrar o serviço dela atualizadamente.”

Eólica em alto-mar

Segundo o presidente da Petrobras, a região do Nordeste brasileiro representa o ambiente mais competitivo, atrativo, rentável e favorável do mundo para o aproveitamento dos ventos no mar.

O executivo afirmou que o objetivo da estatal é, em menos de sete anos, explorar a energia eólica offshore (em alto-mar) na costa nordestina.

“Já estamos fazendo medições para instalação de projetos eólicos offshore. A Petrobras saiu do zero ao primeiro lugar em desenvolvimento de projetos eólicos offshore”, afirmou Prates.

Ele salientou que o próximo plano estratégico da Petrobras deve subir o porcentual de capex (investimento) voltado para o desenvolvimento de rotas sustentáveis de 6% para 15%.

Jean Wyllys é condenado por dizer que MBL tem ‘defensores do nazismo’ e ‘assediadores’

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A decisão foi proferida na quarta-feira, 4, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo

O ex-deputado federal Jean Wyllys foi condenado a pagar R$ 10 mil de indenização ao Movimento Brasil Livre (MBL) após se referir a integrantes do grupo como “defensores do nazismo” e “assediadores de mulheres sob guerra” em publicação feita nas redes sociais. A decisão foi proferida na quarta-feira, 4, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

“Cerco à liberdade de quem? Dos defensores do nazismo? Dos assediadores de mulheres sob guerra? Dos insultadores da memória de Marielle Franco? Dos que fecharam uma exposição com mentiras? Dos difamadores profissionais? Isso é cerco ao fascismo”, escreveu Wyllys ao comentar, em maio deste ano, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Na decisão, o magistrado Danilo Mansano Barioni afirma que Wyllys disseminou ódio ao imputar, falsamente, crimes ao grupo político e empenhou uma “verdadeira campanha caluniosa e difamatória” contra o MBL.

“No intuito de manifestar-se sobre matéria jornalística que anunciava iniciativa de alguns parlamentares e do grupo organizado denominado Movimento Brasil Livre, o requerido Jean Wyllys não se contentou em exteriorizar opinião crítica à iniciativa da parte autora. Não se contentou em expor, por exemplo, porque não via fundamento em qualquer manifestação que considerasse o momento atual como um “cerco à liberdade”, como defendiam aqueles que, anunciava a Folha de S. Paulo, iriam se manifestar”, disse.

Barioni afirmou ainda que a publicação do parlamentar teve “alcance relevante”. “A repercussão decorrente das milhares de visualizações, efetivamente autoriza concluir que a publicação teve alcance relevante e, assim, capaz de macular a honra objetiva da parte autora e assim caracterizar os alegados danos morais”, disse.

Ao Estadão, o MBL afirmou que “esquerda precisa aprender a jogar o jogo da democracia”. “Atacar adversários políticos acusando-os de defender uma das maiores atrocidades da história é simplesmente não respeitar o divergente no debate público. Sempre que usarem tais golpes sujos, irão responder na Justiça”, disse.

O advogado de Jean afirmou à reportagem que o parlamentar não foi citado no processo. “Se houve condenação, foi à revelia e sem possibilidade de defesa. Vamos buscar tomar conhecimento dos detalhes e, em se confirmando a condenação, apresentaremos o recurso cabível”, disse.

Jean Wyllys no governo Lula

Após período vivendo no exterior devido a ameaças que sofreu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Jean Wyllys retornou ao País e foi acolhido pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. A ideia inicial era o ex-parlamentar passar a integrar o governo, na área da comunicação oficial da Presidência, a Secom, coordenada pelo ministro Paulo Pimenta.

Entanto, logo após o início das especulações sobre a integração de Jean ao governo petista, o ex-deputado protagonizou uma discussão com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas redes sociais, o que colocou a sua nomeação em xeque. A discussão resultou em uma ação criminal movida pelo governador gaúcho contra o ex-deputado, pedindo a condenação por injúria.

O ex-deputado afirmou que a não inserção ao governo se deu por “homofobia”, o que acabou lhe sendo um “livramento”. “A homofobia contra mim sabotou minha ida para o governo (um livramento ao final!)”, escreveu nas redes sociais.

Como mostrou o Estadão, Jean Wyllys tem sido alvo frequente de “fogo amigo” nas redes sociais por parte da militância petista. Além do ex-deputado, outros apoiadores do atual presidente têm reclamado dos ataques virtuais sofridos por correligionários diante de críticas feitas às ações do governo.