“Não vou tirar dinheiro das armas e dá-lo para as eleições. E isto está estipulado na lei”, garantiu o presidente ucraniano
Opresidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, no domingo (27), que só poderá haver eleições no país, no próximo ano, se a União Europeia (UE) e os Estados Unidos “derem apoio financeiro” para que não seja necessário “tirar dinheiro das armas”.
As declarações do presidente ucraniano surgem após o apelo do senador norte-americano Lindsey Graham, que visitou Kyiv na semana passada. Durante a visita, o responsável disse, numa coletiva de imprensa, que a Ucrânia, que deveria ter eleições para eleger um novo presidente em março de 2024,
“precisa de realizar eleições no próximo ano”. “Quero que este país tenha eleições livres e justas, mesmo quando está sendo atacado”, disse.
Em uma entrevista a um canal de televisão ucraniano, Zelensky garantiu que deu “uma resposta muito simples e rápida” ao senador norte-americano. “Ele ficou muito satisfeito com ela. Desde que os nossos legisladores estejam dispostos a fazê-lo”, frisou.
Lembrando que a realização de eleições em tempo de paz custa cerca de 5 bilhões de hryvnias (cerca de 700 milhões de reais), o presidente ucraniano afirmou que não sabe o valor “necessário em tempo de guerra”.
“Por isso, disse-lhe que se os EUA e a Europa derem apoio financeiro…”, disse.
E acrescentou: “Não vou tirar dinheiro das armas e dá-lo para as eleições. E isto está estipulado na lei”.
O presidente ucraniano considerou ainda ser necessário ter observadores na linha da frente para garantir que as eleições “são legítimas” para a Ucrânia e para o resto do mundo.
Além disso, Zelensky afirmou que a Ucrânia precisa de um valor adicional para que as pessoas que estão deslocadas no estrangeiro possam votar e também os que “estão lutando contra a invasão russa têm de ser incluídos”.
“Estão defendendo esta democracia hoje e não dar esta oportunidade por causa da guerra é injusto. Eu era contra as eleições apenas por causa disso”, frisou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 16 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.