terça-feira, 15-abril-2025
    InícioDestaqueNovo consignado CLT pode elevar crescimento do PIB, projeta BTG

    Novo consignado CLT pode elevar crescimento do PIB, projeta BTG

    A última previsão de PIB divulgada pela instituição é de março, com projeção de crescimento de 1,5% em 2025

    O BTG Pactual projeta que o novo consignado CLT irá contribuir para o crescimento da economia neste ano e no próximo. Em seu relatório macroeconômico de abril, o economista do banco Bruno Martins calcula um impacto positivo de 0,2 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto) de 2025 e de 0,3 ponto percentual no de 2026.

    A estimativa levou em conta movimentos históricos similares, manutenção do comprometimento de renda das famílias no atual patamar e um aumento no endividamento. O efeito destes fatores seria um “impulso de crédito da ordem de 1,1% do PIB ao longo do tempo.”

    A última previsão de PIB divulgada pela instituição é de março, com projeção de crescimento de 1,5% em 2025 e de 1,4% em 2026.

    “No entanto, novos programas do governo -crédito consignado para o setor privado e isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês- colocam um viés de alta nas nossas estimativas de atividade econômica, o que poderá nos levar a um crescimento por volta de 2% ao ano neste e no próximo ano, apesar dos juros altos”, diz o relatório do BTG de março.

    Lançado pelo governo Lula em abril, o programa de Crédito do Trabalhador permite acesso a empréstimos consignados que utilizam como garantia até 10% do saldo do FGTS do trabalhador e/ou até 100% da multa rescisória. Além disso, o contrato migra junto com o trabalhador em caso de troca de emprego.
    O programa é uma das iniciativas do governo para tentar recuperar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abalada em pesquisas recentes.

    Por ter mais garantias, o risco deste empréstimo é menor para os bancos, que cobram juros menores que os praticados em modalidades como o crédito pessoal.

    O BTG calcula que R$ 123 bilhões do mercado de crédito podem ser renegociados ou migrados para o novo consignado.

    A conta inclui R$ 65,4 bilhões que estão em crédito pessoal sem consignação, R$ 9,3 bilhões no parcelado do cartão de crédito e R$ 48,5 bilhões do consignado privado antigo, que deve ter juros menores na nova modalidade, considerando a inclusão das garantias atreladas ao FGTS.

    Exclui-se da estimativa os devedores cartão rotativo, os inadimplentes e os sem renda no SIC (Sistema de Informações de Créditos, do Banco Central).

    Os R$ 123 bilhões que podem ter juros mais baratos representam apenas 5,6% dos empréstimos a pessoa física, que somavam R$ 2,2 trilhões em fevereiro, de acordo com o dado mais atual do BC.

    Segundo o BTG, há fatores que poderiam reduzir os efeitos do novo consignado na economia, como o aumento no custo dada a alta na taxa básica de juros (Selic), que deve ir a 15% ao ano ao fim de 2025, o superendividamento das famílias e uma eventual redução nas demais linhas de crédito, como o pessoal.

    Por outro lado, a liberação das garantias do FGTS poderia dar um impulso adicional de R$ 100 bilhões na modalidade, estima o economista.

    No entanto, a possibilidade de que parte dos empréstimos seja direcionada para o consumo das famílias -e não necessariamente para a troca de um crédito mais caro por um mais barato- é um ponto de atenção entre economistas do mercado financeiro.

    Um dos receios é o de que o consignado para trabalhadores com carteira assinada seja um fator de sustentação para a inflação no Brasil, que tem girado acima da meta de 3% perseguida pelo Banco Central.

    ARTIGOS RELACIONADOS

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui
    Captcha verification failed!
    Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

    Mais Populares

    Comentários Recentes

    Renato sobre Olá, internautas!!!