A Defesa Civil de Porto Velho realiza ações para diminuir os impactos da cheia
O rio Madeira, o maior afluente do rio Amazonas, está perto da cota de inundação, que é de 17 metros. Segundo a Prefeitura de Porto Velho (RO), o rio registrou na segunda-feira (7) o nível de 16,71 metros, uma altura capaz de provocar prejuízos às comunidades ribeirinhas, afetadas desde que o Madeira chegou à marca de 16 metros, em março.
Os dados são recebidos por uma sala de situação montada pela prefeitura por meio de informações conjuntas da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia).
A Defesa Civil de Porto Velho realiza ações para diminuir os impactos da cheia. Em parceria com as Forças Armadas e o Governo do Estado, são entregues produtos como água potável, cestas básicas, hipoclorito e kits de higiene pessoal. Também há o resgate de famílias e atendimento humanitário nas regiões mais afetadas.
A subida do rio afeta mais de 10 mil pessoas na capital, principalmente na área do baixo Madeira.
Comunidades como Ressaca, Maravilha 1 e 2, Vila Nova e Calama enfrentam dificuldades de acesso, perdas de bens e de moradias.
A Defesa Civil recomenda que os moradores das regiões tomadas pelas águas evitem passar por áreas alagadas para evitar o ataque de animais peçonhentos e até mesmo de jacarés -devido à movimentação atípica do rio, eles entram nos espaços das comunidades.
Outra recomendação é que seja evitado o consumo direto da água do rio -há risco de contaminação e a indicação é de consumo de água fervida ou mineral.
A Marinha enviou para a região um navio para ajudar na assistência à população atingida pela cheia. O navio de assistência hospitalar “Soares de Meirelles” oferece serviços de saúde como consultas médicas, dentistas, farmácia e radiologia às comunidades ribeirinhas isoladas.
A cheia do Madeira ocorre sete meses após o rio atingir um nível recorde de seca em Porto Velho. Medições compiladas pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) mostram que a cota do rio ficou em 1,02 m em setembro de 2024, ultrapassando o recorde anterior, de 1,10 m em 2023, ano de seca extrema na Amazônia ocidental.
De acordo com Marcus Suassuna, pesquisador do SGB, as chuvas na região amazônica aumentam no mês de outubro e passam a diminuir somente no mês de abril.
“Como em março choveu bem acima da média, foi isso que provocou a elevação dos níveis mais acentuada. O inverno amazônico é essa estação de chuva, nesse período. A tendência é que o rio estabilize e comece a baixar.”